Nada de útil. Hoje não consigo trabalhar.A concentração está pouca. Tenho a testa quente. Acho que vem ai uma gripe. Sinto as pernas fracas e os musculos contraidos. Tenho sono. Esta noite adormeci tarde. Virei-me e virei-me. A mente deambulava, em nada em concreto. Mas estava anciosa e agitada. Sonhei que andava pela rocha e que o caminho era estreito. A rocha era bem recortada e dificil de contornar. Ia sem destino. Ouvia o mar ao fundo. E continuei na direcção de uma gaivota. Tinha uma expressão doce e desprotegida. Tinha frio. Tive de gatinhar mas fui em frente. Por fim, quase a rastejar lá cheguei. Ela assustou-se e voou, ou melhor tentou voar. Perdeu o equilibrio e rumou em queda livre sobre a rocha. Ficou ensanguentada, sem sentidos, deve ter morrido na hora. E eu, não sei o regresso a casa. Estou perdida por entre os recortes das rochas. Ando às voltas, e à roda. Mas não saio o mesmo lugar. Por fim não resisti, sentei-me dentro de uma pequena furna. Deixei-me ficar. Tinha frio e fome. Mal tinha forças para gritar. Bebi água da chuva e começei a espirrar. Fui desfalecendo, até que cai com a cabeça entre as rochas. Fiquei inconsciente. Acordei numa casa estranha, com uma lareira ao fundo. Bebi um leite quente. Fui recolhida por uma pescador das redondezas. Não sabia quem era, de onde vinha, nem como tinho ido ali parar. Naquele sitio isolado o pescador não me podia ajudar. Chamaram-me de Maria, e tornei-me contadora de histórias. Vivia da pesca e do cultivo de uma pequena horta. Todas as noites à volta da lareira soletrava um novo conto. Eu construia a história, criava personagens e determinava o final. As crianças sorriam. E a Maria era Feliz. Acordei sobressaltada, e o trabalho não está a render, mas a Maria continua a contar Histórias...
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