Tuesday, November 28, 2006
Maria...
Monday, November 27, 2006
Cara a Cara...
Ando pela rua sozinha.. Sinto-me insegura. Qualquer movimento suspeito. Faço sempre o mesmo percurso. Todos os dias vejo um pormenor novo. Afinal aquela casa tinha barras verdes. e aquele jardim têm umas margaridas tão bonitas, as petálas são diferentes do comum. O semáforo está avariado, é preciso cuidado redobrado. As pessoas seguem na rua metidas consigo. De sorriso fechado. É o tempo de crise. Ultimamente sigo de cabeça em frente, mas o olhar está longe. Faço o percurso de uma forma rotineira, vou guiada pelos sentidos. Seguir para baixo, voltar à direita, e depois à esquerda. É nesse percurso que tudo acontece. Prefiro não olhar para as pessoas. Pressinto que me adivinham os pensamentos. Não quero. Quero ser a menina que todos os dias ás 8,25 atravessa o semáforo do fundo da rua para se dirigir ao trabalho. Ás vezes penso que está evidente. Que o brilho dos olhos claros não engana ninguém. Por enquanto está bem assim, ou menos mal. Daqui a uns tempos, o meu rosto ficará sem expressão. A expriência do teatro, não me faz perder a expressão, mas disfarca-a. Preciso de protecção. De um refúgio e de paz. Os neurónios giram a alta velocidade. O pessimismo realista adivinha tempo de crise. Estou a tremer. Não quero imaginar. Suspiro e estou gelada. Se te olhar nos olhos, não conseguirei. Mas se for dois centimetros para a esquerda ou para a direita estarei salva. Uma figura ao longe assusta-me. Gelo. Baixo a cabeça e continuo a andar. O semáforo já funciona, e não dei por ele. Atravessei no vermelho, o carro buzinou e acordei para a realidade. Foi por pouco.
Sunday, November 26, 2006
Recaida...
Friday, November 24, 2006
Frio do Adeus...
O frio arrepia-me os ossos e o vento solta-me o cabelo. O meu casaco branco, não me proteje do gelo que sinto. Tenho frio,e ele congela-me a alma. Sinto, mas não quero sentir. Vou deixar-te. Devagar, dia após dia, vou destruir este sentimento. Estou a lutar, para já uso um casaco aconchegado, daqui a dias usarei uma casaco mais quente ainda, resistente à chuva, ao vento e ao gelo... Até sabe bem, o frio, sentir aquele arrepio. Mas a ti, vou deixar-te ao frio, deixar que os teus ossos estalem no gelo. Eu ficarei com o meu cachecol, e as luvas, a ver-te desvanecer. Terás o teu fim. E o meu coração ficará cercado de gelo. Adeus!
Friday, November 10, 2006
Cansaço...
Thursday, November 09, 2006
Tarde de Outono...
O vento sopra com alguma intensidade. Da minha janela posso ver os ramos das arvores a balouçar, e as folhas ziguezagueando pelo ar... Castanhas, leves, desgastadas do cansaço da Primavera, cheias de rugas, terminam um ciclo de vida efémero... Algumas seguem desorientadas, oferecem alguma resistência ao seu triste fim, tentam escapar em vão... Outras procuram escolher onde querem acabar. Terra batida, na relva, num jardim... Umas simplestmente se deixam levar, deixam-se conduzir ao sabor do vento. Muitas já cansadas, não oferecem resistência. É preciso dar o lugar a outras. Assim como as folhas... Também andamos por ai, orientados, ou nem por isso. Muitas vezes à espera do vento. Ora escolhendo, ora sendo empurrados. Para quê contrariar, para quê resistir. As folhas tem de ser viçosas, e trabalhar para o ciclo da natureza durante a Primavera, aproveitar o sol, as flores, os perfumes que deambulam no ar, o cantar dos passáros... Porque um dia esse ciclo não será mais delas... E ai o fim é igual. E Hoje é Outono, tarde bonita mas escura...