Era cor de rosa e branco... o padrão era malhado. Era comprido e bonito. Usas com frequência. Uma marca de personalidade, um estilo, uma época, um recurso. Servia para ajudar a compar os seus cabelos desalinhados ao vento. O seu perfume era suave, roubava o perfume que usava. Marcava a diferença. Conhecida pela menina do lenço, era assim que os outros te conheciam. O lenço não falava mas trazia consigo um conjunto de ensinamentos. Era um marco de momentos importantes, uns mais alegres, outros nem tanto. Uma bela noite, a menina saiu e usou o seu acessório favorito. Puxaram-lhe o lenço, uma vez, e mais uma vez, e outras tantas vezes durante a noite. O lenço era uma meio de aproximar, de gerar situações... de provocar circunstâncias. Mais tarde, derepente, quando o controlo já não estava nas mãos da menina, na escuridão, com uma brisa, e com ajuda de umas mãos que não se movimentaram necessáriamente sobre o lenço, este começou a escorregar. Não se conseguia controlar o lenço, por ele não estava a ser controlado, até que este, deixado ao esquecimento, acabou por cair. Passada a agitação, o lenço apanhado do chão, já não voltou ás mãos da menina mas ás mãos que se movimentaram. Toda a gente estranhou que a menina do lenço cor de rosa, agora tinha os cabelos soltos ao vento, houve quem visse o lenço por outras paragens. Constou-se que o lenço estava agora em repouso, ao pé de acessórios a que não estava habituado. O lenço que outrora andara na cabeça da menina, que marcou um momento, e tantos outros, estava agora fechado em algum cúbiculo onde se guardavam lembranças. Nunca mais se ouviu falar no lenço...
Tuesday, October 24, 2006
O lenço...
Era cor de rosa e branco... o padrão era malhado. Era comprido e bonito. Usas com frequência. Uma marca de personalidade, um estilo, uma época, um recurso. Servia para ajudar a compar os seus cabelos desalinhados ao vento. O seu perfume era suave, roubava o perfume que usava. Marcava a diferença. Conhecida pela menina do lenço, era assim que os outros te conheciam. O lenço não falava mas trazia consigo um conjunto de ensinamentos. Era um marco de momentos importantes, uns mais alegres, outros nem tanto. Uma bela noite, a menina saiu e usou o seu acessório favorito. Puxaram-lhe o lenço, uma vez, e mais uma vez, e outras tantas vezes durante a noite. O lenço era uma meio de aproximar, de gerar situações... de provocar circunstâncias. Mais tarde, derepente, quando o controlo já não estava nas mãos da menina, na escuridão, com uma brisa, e com ajuda de umas mãos que não se movimentaram necessáriamente sobre o lenço, este começou a escorregar. Não se conseguia controlar o lenço, por ele não estava a ser controlado, até que este, deixado ao esquecimento, acabou por cair. Passada a agitação, o lenço apanhado do chão, já não voltou ás mãos da menina mas ás mãos que se movimentaram. Toda a gente estranhou que a menina do lenço cor de rosa, agora tinha os cabelos soltos ao vento, houve quem visse o lenço por outras paragens. Constou-se que o lenço estava agora em repouso, ao pé de acessórios a que não estava habituado. O lenço que outrora andara na cabeça da menina, que marcou um momento, e tantos outros, estava agora fechado em algum cúbiculo onde se guardavam lembranças. Nunca mais se ouviu falar no lenço...
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