Às vezes escrevemos tanto, que perdemos o sentido das palavras, quer-se dizer tanto e diz-se tão pouco. Substituo as palavras, apago e torno a escrever, embora o sentido permaneça o mesmo, o papel já não é tão branco, pois já teve outro sentido, acusa o desgaste de ser reutilizado. Por mais que queira, por mais resistente que seja o papel, ou por melhor qualidade que tenha a borracha... ficam as marcas... Sinais... Um conjunto de letras ordenadas formando um sentido ambíguo... Nada como um gesto... para tudo fazer sentido... o sentido que sempre lá esteve... ora torneado de adjectivos de esperança, ora camuflado de desespero... Agora que tudo pode ser colocado no papel, ele rasgou-se... Amarroto-o e coloco-o de parte... À papel que não deve ser reciclado...